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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Titanic - lições para o gerenciamento de emergências

A data de 15 de abril de 2012 marcou o centésimo aniversário no naufrágio do Titanic, que deixou 1.513 mortos nas águas do Atlântico Norte em 1912. Além de gerar livros e filmes, a tragédia ensinou algumas lições para o transporte marítimo, tanto é que os avanços na navegação moderna levaram a uma redução de 85% no número de acidentes graves com navios ao redor do mundo, segundo estudos da Lloyd's Register e da seguradora alemã Alianz.

Na área de Gerenciamento de Emergências, podemos perceber que a tragédia também produziu impacto.
O Titanic na sua malfadada viagem inaugural (http://www.titanicuniverse.com/).

Lições aprendidas

"O horror daquele momento," o rei continuou, "eu nunca, nunca vou esquecer!"
"Você vai, no entanto," disse a Rainha, "se você não fizer um memorando sobre isso."
Lewis Carroll, Through the Looking-Glass, and What Alice Found There, 1871

Duas publicações interessantes foram lançadas nos últimos tempos abordando o tema. Em uma deles, os economistas suecos Mikael Elinder e Oscar Erixson analisaram 18 dos maiores naufrágios ocorridos entre 1852 e 2011 e concluíram que o comportamento altruístico de "mulheres e crianças primeiro" do Titanic foi uma exceção, já que as crianças apresentaram a taxa de sobrevivência mais baixa, enquanto as taxas mais altas foram de tripulantes. No meu ver, embora sempre possa haver um Comandante Francesco Schettino, mais do que mostrar que um comportamento egoísta é o reinante em situações de desastre, essas taxas de sobrevivência mostram que as diferenças entre o desenvolvimento neurológico e cognitivo entre crianças e adultos são ignoradas no planejamento de emergências, conforme já colocado na postagem sobre crianças em emergências. Além disso, o estudo aponta diferenças enormes entre a preparação e treinamento dos tripulantes e dos passageiros.

Os botes salva vidas do Titanic se aproximam do Carpathia (http://www.titanicuniverse.com/).

Em outra publicação, Regina Phelps analisa em seu blog algumas lições do naufrágio para o Gerenciamento de Emergências. Entre elas, podemos destacar a importância da comunicação, tanto interna quanto externa. Quando a ordem de abandono foi dada, podemos imaginar qeu os passageiros da terceira classe não devam ter tido muito acesso à informação. Na comunicação externa, o transatlântico estava equipado com o sistema Marconi de telégrafo sem fio, um dos mais modernos da época, mas poucas pessoas sabiam enviar ou receber mensagens pelo sistema.

O planejamento, mesmo para eventos impensáveis, como o naufrágio de um navio "insubmersível", deve ser levado a sério, feito e treinado. Quando o desastre ocorrer, se ocorrer, isso pode fazer a diferença entre viver ou morrer.


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