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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Crises em segurança pública e preparação para emergências


A crise gerada pela greve da Polícia Militar do Estado da Bahia, que assumiu proporções gravíssimas, trouxe impactos diretos para empresas, quando lojas e supermercados foram saqueados e eventos foram cancelados, e impactos indiretos, como a diminuição do fluxo de turistas, que pensam em cancelar suas viagens, especialmente após o governo dos EUA desaconselhar viagens não essenciais ao estado.
Tropas do Exército chegam a Salvador. (http://www.defesanet.com.br/)

A greve da PM baiana não é um fato isolado. Outras quatro polícias estaduais já haviam paralisado as atividades apenas no Governo Dilma Rousseff. A PM do Rio de Janeiro também entrou em greve hoje, embora aparentemente com impactos menores, por conta da preparação do governo fluminense. São Paulo, que também enfrentou uma greve da Polícia Civil, já havia sofrido as consequências de uma crise de segurança pública em 2006, durante os ataques do PCC.

Não cabe aqui discutir as reivindicações dos grevistas e nem os meios de promovê-las. Para isso existem outros fóruns. Da perspectiva do Gerenciamento de Emergências, gostaria de discutir a preparação das empresas e outras organizações para esse tipo de evento, infelizmente não tão improvável assim. E se houvesse uma deterioração da segurança pública aqui e agora, sua organização estaria preparada para enfrentar a crise?
Cena do filme "Salve Geral", sobre os ataques do PCC em 2006. (http://noticias.r7.com/)

Não há fórmula pronta para a preparação para crises na segurança pública, porém o processo se inicia com a identificação da ameaça, como em todo planejamento de emergência. Ao reconhecermos uma ameaça, indiretamente estamos também identificando uma vulnerabilidade. As ameaças por definição são eventos não controláveis, o que dificulta, portanto, a sua neutralização.

No caso das ameaças provocadas pelo homem, como o que estamos discutindo, o trabalho deverá ser no sentido de diminuir as vulnerabilidades. É possível reforçar a segurança física de áreas e instalações, por exemplo, com a contratação de profissionais especializados? Nesse caso, as empresas já foram previamente selecionadas? Outra medida poderia ser o trabalho à distância, utilizando computador e telefone. Nesse caso, os funcionários afetados já foram identificados? Como serão comunicados da decisão?

Muitas vezes, a ação a ser tomada é a suspensão das atividades, a fim de evitarem-se prejuízos maiores. Nesse caso, essa ação também que ser planejada.

Levando em conta que as questões de segurança pública são normalmente externas à organização, como pensar em todas as ameaças? Quem no mundo corporativo poderia imaginar que a PM entraria em greve ou que um grupo de criminosos atacaria o Estado? A grande vantagem de fazer o planejamento de emergências baseado em uma análise de ameaças e riscos é que após a identificação de ameaça e do dano, a resposta para um evento serve para muitos outros. Assim, não importa se a crise é devido a uma greve policial, ataque terrorista ou mesmo eventos não diretamente relacionados com a segurança pública, como uma greve nos transportes ou ainda uma pandemia, várias ações podem ser as mesmas.

O certo é que uma crise de segurança pública – como outras – irá acabar depois de algum tempo. Nesse momento, as organizações que já haviam identificado a ameaça e se preparado irão voltar à normalidade muito mais facilmente.

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